quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Crescimento do protecionismo preocupa a Organização Mundial do Comércio

A adoção de medidas protecionistas como resposta à crise financeira internacional já preocupa a Organização Mundial do Comércio (OMC). O temor motivou a realização de reunião informal do Órgão de Exame de Políticas Comerciais, no último dia 9, em Genebra, na Suiça.



O diretor-geral da instituição, Pascal Lamy, apresentou informe sobre o impacto da crise no comércio internacional e fez um alerta aos 153 países-membros da OMC: "As fracas perspectivas econômicas de cada membro se tornaram particularmente vulneráveis diante da introdução de novas medidas que bloqueiam o acesso a mercados e distorcem a concorrência".

Lamy chamou atenção especialmente para o impacto nos países em desenvolvimento, uma vez que, em muitos deles, o crescimento econômico depende do comércio internacional. Ele chegou a citar os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, que têm destacado a necessidade de resistir a pressões domésticas por medidas protecionistas e de manter a economia aberta à competição externa.

"Isso me faz crer que a situação está sob controle. Mas devo dizer que meu sexto sentido é de que estamos ainda num estágio inicial de políticas contra a recessão e devemos nos manter vigilantes", afirmou Lamy. "Os membros da OMC têm a responsabilidade de monitorar o desenvolvimento de políticas que estão tendo impacto no comércio internacional e no sistema multilateral de comércio", ressaltou.

O diretor da OMC pediu um esforço coletivo e coordenado para evitar maiores danos ao comércio internacional e defendeu a conclusão da Rodada Doha como remédio anticrise. "Completar a Agenda de Desenvolvimento de Doha é nossa mais importante contribuição nesse sentido. Esse ainda é o caminho mais seguro para defendermos nossos interesses comerciais individuais e o sistema multilateral de comércio contra a ameaça de explosão do protecionismo", ponderou.

A preocupação já havia sido manifestada a chanceleres e ministros de Comércio em jantar na Suíça, paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, no final de janeiro. Em outubro do ano passado, Lamy chegou a criar um conselho, que chamou de força-tarefa, para analisar os efeitos da crise financeira internacional nas trocas comerciais. No mês seguinte, preocupado com a escassez de crédito para operações de importação e exportação, convocou uma reunião com instituições financeiras multilaterais e bancos privados.

GOVERNO BRASILEIRO ESTÁ PREOCUPADO

O governo brasileiro está preocupado com o protecionismo de mercado neste momento de crise econômica mundial. "A nossa maior preocupação é evitar que o protecionismo se alastre", disse ontem (10/2) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, após fazer visita de cortesia ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Durante o encontro, Amorim pediu a Sarney que o Senado dê prioridade à votação dos acordos internacionais em tramitação na Casa.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que também visitou Sarney ontem, afirmou que o Brasil não deve levantar a bandeira do protecionismo. No entanto, assinalou que o país não pode ficar parado diante de política protecionistas: "Temos que defender os nossos interesses, os nossos empregos."

Skaf reclamou ainda que a Argentina está impondo restrições às importações de vários produtos brasileiros.

O presidente da entidade não quis falar sobre as projeções para as taxas de crescimento do país neste ano: "Começar a pregar que vamos ter uma crescimento negativo em 2009 não é saudável."

FONTE

Agência Brasil
Mylena Fiori e Priscilla Mazenotti
Repórteres

Links referenciados

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
www.fiesp.com.br

Organização Mundial do Comércio
www.wto.org

Agência Brasil
www.agenciabrasil.gov.br

Senado
www.senado.gov.br

OMC
www.wto.org

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