quarta-feira, abril 28, 2010

Dia Nacional da Caatinga


Um bioma exclusivamente brasileiro

O dia 28 de abril é dedicado a um bioma exclusivamente brasileiro: A Caatinga.
Decreto Federal de 20 de agosto de 2003, publicado no Diário Oficial da União, institui a data, que homenageia o professor João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro na área de estudos ambientais no Brasil. A primeira celebração oficial do Dia Nacional da Caatinga ocorreu no dia 28 de abril de 2004, em Juazeiro, Bahia, no Seminário “A Sustentabilidade do Bioma Caatinga”.
De origem Tupi-Guarani, o termo significa floresta branca e resulta da combinação dos elementos ca'a (floresta), com tî (branco) e o sufixo ngá, (que lembra). A razão para esta denominação está na aparência que a floresta revela durante a estação seca, quando a quase totalidade das plantas estão sem folhas e os troncos brancos e brilhosos, no intuito de diminuir as perdas de água nesta estação. Outra estratégia igualmente importante são as folhas modificadas como espinhos. Com esse conjunto mínimo de adaptações à deficiência hídrica, o bioma apresenta uma vegetação xerófila, ou seja, resistente à seca.
Por ser fonte de recursos como madeira, carvão, material para construção, carnes, frutas, plantas medicinais, fibras, mel e forragem para os rebanhos, existe uma crescente preocupação de diversas instituições do Semiárido Brasileiro com a preservação desse bioma. O diretor do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCT), Roberto Germano Costa, por exemplo, é gestor da Rede Fito Caatinga, integrante das Redes Fito, coordenada pela Farmanguinhos/Fiocruz, que constitui uma estratégia no que se refere às políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, apresentando elementos capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira.
Além disso, a pesquisa científica na Região ganhou uma nova perspectiva com a assinatura pelos ministros da Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, Sergio Rezende e Carlos Minc, da portaria interministerial que regulamenta a Rede de Pesquisadores de Combate à Desertificação. Essas e outras ações em parceria com as universidades da região, o Banco do Nordeste (BNB), o Programa Nacional de Combate à Desertificação, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), dentre outras instituições, demonstram a constante preocupação do governo nas questões relativas ao Semiárido Brasileiro.
“Temos apontado a necessidade de se conservar todos os nossos recursos naturais nesse momento, em que as mudanças climáticas e o processo de aquecimento global estão na pauta de todas as instituições de pesquisa e ambientais. A sociedade está cada vez esta mais esclarecida sobre os riscos da não preservação do meio ambiente. A Caatinga é nossa e temos o dever de zelar por ela” – anuncia o pesquisador em Ecologia do INSA, Arnóbio Cavalcante.
 
Por: Aline Guedes(Calila Noticias)

O patrimônio biológico da caatinga não é encontrado em nenhum outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil. Inclui áreas do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o Norte de Minas Gerais. São espécies nativas da caatinga ''barriguda'' (Cavanillesia arborea), amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro. A fauna nativa inclui o sapo-cururu, asa-branca, cotia, preá, veado-catingueiro, tatu-peba, sagüi-do-nordeste e cachorro-do-mato.
No entanto, o estudo minucioso da caatinga não trouxe boas notícias. Os pesquisadores constataram que esse é o terceiro ecossistema brasileiro mais degradado, atrás apenas da Mata Atlântica e do cerrado. 50% de sua área foram alterados pela ação humana, sendo que 18% de forma considerada grave por especialistas. A desertificação, encontrada principalmente em áreas onde antes se desenvolvia o plantio de algodão, apresenta-se bastante avançada.
Além do desmatamento, um sério problema enfrentado por esse domínio é a caça aos animais, única fonte de proteínas dos sertanejos que residem na área. A percentagem das áreas de caatinga protegidas por reservas e parques é ínfima: 0,002%, segundo o Ministério do Meio Ambiente. "Precisamos mudar esse patamar de proteção para não perdermos espécies que ocorrem apenas na caatinga", declarou a diretora de Áreas Protegidas do Ministério, Inah Simonetti.
O Ministério do Meio Ambiente já declarou seu interesse em transformar a caatinga em patrimônio nacional e assumir para si a responsabilidade da proteção. Que o gesto não sirva apenas como um reconhecimento tardio pelo governo do único bioma exclusivamente brasileiro.

Fonte: Noolhar

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