O senador Walter Pinheiro (PT-BA) apresentou hoje (26), no Plenário, um estudo que solicitou ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) sobre a estiagem que afeta a região Nordeste, principalmente a Bahia. “A perspectiva é de que as chuvas voltem a cair somente a partir do mês de outubro”, informou o senador.
Diante do quadro se agravando, o senador lembrou da necessidade de continuidade das ações de convivência com a seca, a exemplo de obras de sistemas simplificados, construção de adutoras e barragens, medidas para limpeza de aguadas e tanques, a chegada de máquinas, além do pagamento do Seguro Safra.
“Estamos aguardando, ansiosamente, a confirmação da Presidenta Dilma Rousseff, na Bahia, para entregar a primeira etapa do Projeto Nordeste, do Aquífero Tucano, que já está pronta, e, ao mesmo tempo, para autorizar a liberação dos recursos para a segunda etapa, e falo de um projeto que é na ordem de R$600 milhões”, disse. Ele lembrou que a primeira etapa contou com recursos da ordem de R$75 milhões, para atender a cinco Municípios, “mas o projeto final atenderá mais de dois milhões de baianos, resolvendo problemas cruciais do nível de abastecimento d’água”, completou.
O senador ainda reconheceu o empenho de ministérios na liberação imediata de recursos para atender as situações de emergências, a exemplo do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Integração Nacional (MIN). Além das medidas já realizadas, Pinheiro defende que além da liberação do Seguro Safra, “tenhamos a oportunidade de discutir a anistia e a liberação de crédito emergencial para os agricultores”.
Estudo apresenta dados detalhados da Seca
No estudo encomendado pelo Líder do PT no Senado, os pesquisadores utilizam dados colhidos nas estações do instituto até o início desta semana. Em resumo o documento confirma que a severidade da atual estiagem deve-se à insuficiência de chuvas nos períodos em que, historicamente, ocorrem as preciptações que abastecem as represas, barragens e cisternas utilizadas pelas populações, tanto para agricultura quanto para o abastecimento de água para as cidades.
“Em algumas localidades no Norte da Bahia, como Irecê e Paulo Afonso, por exemplo, simplesmente não houve registro de chuvas em nenhum dia do mês de março”, disse Pinheiro. A Bahia é o estado mais assolado pela seca – mais de 200 dos 417 municípios do estado estão sob emergência –, mas o quadro também é grave em outros estados, segundo os dados de março e abril que constam da nota técnica.
Os efeitos da estiagem são graves para os mais de três milhões de pessoas que vivem nas regiões assinaladas – e a projeção não é otimista. “O problema não se resume às poucas chuvas, mas ao longo período em que vem chovendo muito abaixo das médias históricas”, avaliou Pinheiro.
Os “prognósticos climáticos” dos pesquisadores do Inmet confirmam a severidade dos próximos meses ao prever que, para o trimestre abril-maio-junho de 2012, o que se espera é “maior probabilidade de chuvas na categoria normal a abaixo da normal climatológica (75%) para o centro-norte do Nordeste do Brasil”.
O senador Pinheiro tem sido um dos cobradores mais insistentes de vários ministérios – desde janeiro passado, quando, durante o recesso parlamentar, viajou para Brasília para expor o drama dos efeitos da estiagem na região central da Bahia – a mais atingida.
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